segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

No caminho...

Mary: Nem demorou, achei que ficaria esperando horas aqui!
AS: E quando foi que te deixei esperando, meu amor?
Mary: Sei lá, tu falou que estava enrolado...
AS: Nada que te faça esperar...
Que horas tem que estar lá?
Mary: 22h30.
Como tu tá? Não te vejo desde o ano passado.
AS: Bem, na medida do possível, né?
Mary: Aconteceu algo que eu não saiba?
Abriu o sinal!
AS: Não aconteceu nada em especial, mas putz, essa época do ano é foda! Tenho me sentido vazio, cheio de vontade de chorar, melancólico mesmo.
Mary: Ai, eu sei bem como é... Sensação de que falta alguém, né?
AS: Pois é... mas percebi que é sempre nessa época do ano.
Vou por aqui porque acho mais prático, tá?
Mary: Aham...
Nem me fala. É nessa época que eu tenho as melhores recordações de coisas boas que me aconteceram, tu sabe.
AS: Deve ser esse calor. A gente deve ter algum dispositivo que nos faz lembrar das coisas quando está calor porque o cérebro derrete os circuitos. E aí a gente faz a associação de calor com as coisas boas que aconteceram, pra fugir das sensações ruins que ele causa.
Mary: Pode ser...
Vira à esquerda aqui que o trânsito é mais livre!
AS: É sério. No frio a gente fica mais racional, mais seletivo, mais exigente.
Mary: Deve ser essa a explicação praquelas loucuras que acontecem nos carnavais das massas. O povo sente calor e se agarra 'sem dó nem pena'...
AS: Bom, isso corrobora a nossa tese.
Olha aquele idiota passando no sinal vermelho!
Mary: É um imbecil!
Mas é complicada a sensação de carência dessa época do ano.
AS: Tem que se ter controle. E vigilância redobrada!
Mary: Ah, com certeza... Carência exagerada gera desgraça.
AS: Qualquer mendigo de rua pode se tornar o amor da tua vida em 10 segundos.
O que esse cara tá fazendo? Quer se matar?
Mary: A placa não é daqui, deve estar perdido.
Bom, estando carentes, a gente acaba caindo em qualquer papinho.
AS: Só que quando tocam aquelas músicas, quando vemos aqueles filmes e não temos em quem pensar, é esquisito.
Mary: Muito. É como se algo tivesse fracassado sem nunca ter acontecido.
AS: A gente precisa mesmo se apaixonar?
Mary: Eu prefiro não aceitar essa idéia!
Entra na pista da direita...
AS: Então é melhor nos fecharmos em uma bolha e rezar pras 'águas de março' chegarem depressa.
Mary: Eu tenho que me controlar duplamente. Além de evitar beijar os sapos da rua, ainda tenho q me conter pra não ser ríspida com as pessoas que vêm me falar de suas vidas amorosas felizes.
AS: Comigo também é assim. A vontade que me dá é sair por aí destruindo lares. Mas aí eu me tranco e espero a vontade passar!
Mary: E aquelas criaturas que chegam achando o máximo ser solteiras, te chamam pra 'programas de solteiros' que sempre se resumem a sentar num bar e beber até esquecer a solteirice?
AS: Isso tem direto também...
Será que preciso ir pro 2° andar do estacionamento?
Mary: Não, tem lugar aqui.
E até parece que a gente veio ao mundo pra ficar celibatário... Que eu lembre das aulas de química, o elétron celibatário tá sempre doidinho pra encontrar um par!
AS: É, meu amor, não nascemos pra esse verão.
Mary: Definitivamente. Vamos nos mudar pra Islândia? Noruega? Sibéria?
Caramba... Parece que tá cheio!
AS: Pois é. Vai ser o jeito.
Hummmm... Acho que vou deixar o carro por aqui...
Mary: Nunca! Tem um casal aos beijos naquele carro ali. Deixa bem longe, por favor!
Vou aproveitar que estamos aqui e ver o preço das passagens...

** Sou muito agradecida por este carinho que recebi da Carol Barcellos:
Passo esse presente lindo aos blogs dos seguintes amigos:

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