segunda-feira, 19 de maio de 2008

Na locadora...


Entrei na locadora totalmente despretensiosa. Sempre pego mais de três filmes por vez. Alguns eu revejo por hábito, por mania. Comentei com o menino que trabalha lá que gostaria de ver a trilogia do Poderoso Chefão de novo, mas ele não se lembrou de reservar.
- Tudo bem, eu verei outros!
De repente alguém falou nas minhas costas:
- Oi, moça!
Quando eu olhei praquele sorriso, me derreti, como sempre. E ele deve saber de cor a minha reação porque é um sorriso malicioso de quem lê meus pensamentos obscenos e absurdos.
- Oi, moço!
Disfarcei olhando imediatamente para os filmes na prateleira. Nem sabia qual prateleira era. E eu estava bem em frente à prateleira de filmes de terror... Bom, nem preciso mencionar que eu não vejo filmes de terror, né?
- Não dá medo ver esses filmes à noite?
- É que eu assisto ao meio-dia. E só em dias de sol! (sorriso de retardada 1)
- Tá marcando chuva pro fim de semana...
- Então não vou levar! (sorriso de retardada 2)
Eu fico suando frio enquanto falo com ele. E por que ele chega tão perto? Deve ser porque sabe como eu me sinto. Impressionante.
Passei então pra prateleira dos filmes que eu gosto de ver e ele veio atrás. Ele usa um perfume que eu adoro. Acho que agarraria o pescoço dele se não tivesse meus princípios éticos e morais. Eu sou uma moça honesta, sim! E não posso esquecer isso jamais. Nem quando ele chega com esse cheiro de Animale...
- Posso indicar um filme? Acho que tu vai gostar desse... Se é que já não viu...
Imaginem a cara da pessoa que vos escreve quando ele mostra o filme "Pecados Ardentes". Devo ter ficado azul-marinho (como diz a Gabi).
Ele me mostra um filme com adultério? Justo ele, a pessoa que eu (nos meus mais sórdidos e pecaminosos sonhos) gostaria que cometesse este 'pecado ardente' comigo?
É claro que eu trouxe o filme. E outros dois que eu peguei no caminho até o corredor de saída.
E ele? Acho que só entrou na locadora pra me infernizar o espírito mesmo, porque saiu com as mãos tão vazias quanto entrou.
A mocinha do balcão me olhou sorrindo ao que eu respondi com um sorriso que fala tudo:
"Ah, se ele soubesse que, quando ele passa, meu mundo inteirinho se enche de graça..."

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