sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pop! Goes My Heart


Há alguns dias eu venho refletindo sobre meus gostos. Eles não tem nada de excêntricos, nada de incomuns, nada de peculiares... Acredito que eu seja parte da maioria. O que eu considero ‘bom gosto’ é o meu gosto. O que eu considero bom, é bom pra mim.
As músicas que eu curto, os filmes que eu aprecio, as comidas com que eu me delicio, os lugares onde eu adoro ir, tudo é absolutamente comum pra mim... E não tenho muitos preconceitos.
Porque quando eu era criança, eu tinha. E muito. Olhava pra algo e já não gostava. Aí vinha a minha mãe e seu refrão predileto “nem provou e já sabe o sabor?”. Isso me fazia ter mais raiva da tal coisa. Aí que eu nem olhava mesmo.

Abre parênteses: (

Falei ali em cima que não tenho muito preconceito com as novidades. Pois com pessoas eu tenho. Se eu bater o olho e não gostar, não tem jeito. E aqui o refrão da minha mãe nem cabe. Porque eu não preciso provar pra dizer que não gosto. Basta olhar. Tem algo mais comprometedor (ou comprometido) que os olhos?

) Fecha parênteses.

Por que eu venho me questionando sobre meus gostos e afinidades? Porque me levaram esses tempos pra comer sushi em um lugar que eu amei. Aí eu comentei sobre o tal lugar com um amigo, cuja erudição está acima de nós, pobres mortais:

- Ah tá. Nada mais japonês do que um sushi com goiabada. Sorvete de sobremesa então... ultra-tradicional no Japão.
- Olha, eu nunca estive no Japão. Mas duvido que o churrasco deles não tenha sofrido algumas adaptações que o descaracterizaram. E mesmo assim é churrasco. E a sobremesa lá não deve ser sagu de vinho tinto!

Se aparece uma nova música que a mídia mostra insistentemente, eu ouço. Se comentam muito sobre um filme, eu vejo. Se todo mundo come, eu experimento. Se falam de um livro interessante, eu leio. Surgiu um cosmético que promete milagres? Então eu uso!

Exemplos?
- adoro Lady Gaga pra correr na esteira
- “Bastardos Inglórios” foi o melhor filme que eu vi no ano passado
- o Tehama Tex-Mex me fez perder o nojo de guacamole
- “O Menino do Pijama Listrado” é um BAITA livro
- o primer Magix da Avon é tu-do (melhor que muita marca carésima por aí)

Prefiro filmes alternativos, prefiro ouvir rock antigo e folk, prefiro culinária oriental e não leio auto-ajuda. Não há nada de incomum nisso? Beleza então:

- Minha querida, “tu é pop”. Gosta de Johnny Cash e Bob Dylan, Tom Tykwer e Fellini, de comida japonesa e árabe... e pior: lê Saramago, David Coimbra, Aldous Huxley e Jack Kerouac como se eles seguissem a mesma linha de raciocínio!
- Tá, então sou. E o que há de errado? A Madonna é pop e tá pegando o Jesus, meu bem. E eu acho podre de digno.
- Peraí... Madonna e Jesus??? Michelangelo diria que é incesto.

9 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Mary, no fundo a gente é curiosa. Acaba pensando nessas novidades e se sentindo tentada a experimentar.
Também sou assim e não vou mudar. Acho que o seu texto está muito bem argumentado nesse sentido. temos que inovar, sim, e se isso é ser comum ou pop, ou seja lá o que for, que seja então, rsrsrs.

Beijos pra ti e bom final de semana.

Alex disse...

Gostei muito disso, Mary, pois me identifiquei com esse gosto por considerar o novo, experimentar o que aparece, e isso nos coloca num estado constante de evolução, descoberta - vida, certo? Vou ver "Bastardos inglórios" neste fim de semana e tenho "O menino do pijama listrado" aqui na estante, esperando pra eu pegá-lo. E não consigo gostar de comida japonesa - nem meu pai que é neto de japoneses gosta. aha As melhores pessoas são as seletivas que mergulham no eclético sem perder o próprio gosto e peculiaridade.

Beijo, querida.

Viiii disse...

Olá Mary! Bacana seu texto, e não dá para não me identificar. Acho que sempre queremos inovar, ter algum diferencial em relação às outras pessoas _ talvez uma maneira desesperada de nos sentirmos especiais_ e acaba que, como vc disse, bom gosto é o que nós possuímos, e acabamos por fazer parte da maioria novamente. Nunca vi "bastardo inglórios", e detestei o menino do pijama listrado... É gosto.
Mas temos que aprender a conviver com isso, e Viva às diferenças..
Beijos e bom domingo

Carolina disse...

Adorei o post, garota!
È vero, gosto é gosto e não se discute, o importante é provar, depois a gente filtra e vê no que dá.
Adoro ouvir Lady Gaga no Ipod de manhã pra reenergizar e Bastardos Inglórios foi o filme de 2009!

bjos meus e boa semana!

Clarice disse...

Ai Mary, entendo tão bem isso de gosto. Eu tinha um amigo que dizia: gosto não se discute, mas, mau gosto dá para discutir (risos!). Eu já fui mais preconceituosa tb, com o tempo vamos entendendo que há mais coisas entre o céu e a terra ... veja o exemplo da Madona com Jesus! Então, o jeito é se render ao que é bom, pelo menos, ao que for bom para você.
beijos, querida
só hoje percebi que estava sem seu link, já levei para janela.

candy disse...

Eu também tenho meus gostos que, no fim, nem combinam um com o outro.
Mas e daí se, no fim[2], eles combinam totalmente comigo e me formam, ne?

um beeeijo

Anônimo disse...

Você é a Mary do Minha Escolha? Não conhecia este blog e gostei muito!

Ihhhh!!!! Melhor nem falar dos meus gostos! kkkk Adoraria me identificar com o que toca no rádio, com filmes e livros americanos e nacionais, coisas que me dessem menos trabalho de encontrar. Juro que tento, não é má vontade da minha parte.

Aprendi a gostar de sushi quando comecei a reeducação alimentar, antes eu não ligava. Já goiabada eu não forço. É até melhor não gostar de coisas com mais calorias!!!!

Vou ver se encontro aquele filme palestino para download. Boa ideia! No cinema perdi muitos diálogos por culpa da legenda branca. Quem manda não ter morado na palestina e não falar o idioma!!!!!!

Dani disse...

Adorei o post
Meus gostos são bem inconstantes rs, até eu acho isso rs

E não há nad de mais de experimentar o novo não é? Só assim descobrimos mais gostos rs
Bjinhus

[P] disse...

Concordo plenamente sobre experimentar. Aliás, foi justamente por causa do incentivo de uma certa doida que desandei a experimentar situações novas e, ó, estou vivinha para contar como foi...

Beijos! Saudade...

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