quinta-feira, 20 de maio de 2010

Charme.



Fumar é cafona. Percebi isso há alguns meses, num insight relâmpago. Então decidi nunca mais fumar na vida. Nem pensei no abalo que provavelmente sofreria a minha dieta. O fato é que fumar é extremamente deselegante. Pode ter sido a decisão que mais adiei na vida. Mas eu sou assim: depois que tomo a decisão, não tem volta. E não teve. Fumar é brega.

Acabei substituindo o cigarro por outra coisa. Um outro vício. Pois só há um jeito de se combater um vício: com outro. Não há qualquer comprovação sobre a afirmação anterior, portanto não saiam dizendo que leram isso aqui. Afinal, aqui não é nenhum lugar confiável. Não mesmo.

O novo vício? Chicletes. Em todas as bolsas, em todas as gavetas, nos bolsos, nas mesas onde trabalho. Sempre está a mão porque nunca sei quando vou ter um acesso de vontade. A vontade, logicamente, é de fumar. Só que estou em uma guerra anti-cigarros, portanto uso as minhas armas (balas de borracha).

Aconteceu num desses dias em que eu voltava pra casa. Final de tarde. Chuva chata. Trânsito parado na Ipiranga. Carros, ônibus, motocicletas... todos em uma procissão monótona e lenta.

Fiquei ansiosa. E ansiedade pede o que? Cigarros! Então peguei um. Chiclete. Coloquei na boca. E distraidamente liguei o rádio para ouvir “Hoje nos Esportes”. O Nando Gross é engraçado. Meio sem noção. Em uma semana decisiva, ele fala, fala, fala... e só me faz rir com suas teorias de como o Inter deve jogar, como o Grêmio deve escalar o time, etc.

Com a cabeça nas nuvens, eu faço uma enorme bola de chiclete. Adoro. Desde criança, quando meu tio mais ‘moleque’ me ensinou a fazer. E depois da primeira, vem a segunda, a terceira... Uma maior que a outra. Vira meio que um desafio pessoal.

Olho pro lado e tem um cara olhando e rindo. Constrangimento imediato. Fumar é cafona. Mas fazer bola de chiclete é muito imbecil. Ainda mais rindo sozinha, no meio de uma avenida congestionada. Não venha me dizer que ele ria porque achou aquilo um charme. Não mesmo.

8 comentários:

Donaella disse...

Acho que vc fez diferença tb a quem te observava e riu. rir é tão bom!!
Mas, os vicios podem ser resignificados na terpia.
beijos

Pensando disse...

Bem-vinda ao clube dos:
Que tentam deixar de fumar;
que mascam clicletes e chupam balas;
que pegam engarrafamentos todos os dias;
que ouvem esportes na gaúcha;
que acham o Nando estranho;
que adoram o Veríssimo e o Santana;
e principalmente os que choram, riem falam sozinhos em seus carros.
Acredite, somos completamentes normais, então relaxa e continua fazendo suas bolas, cuidando apenas para que uma não exploda e deixa seu rosto - aí sim - cômico.
Beijo moça

Luciana Andrade disse...

Já estive nesse clube, flor.
Preciso voltar.rs

Marília Costa disse...

Todos nós temos um vicio.
Fumar, beber, comer.
O meu não é nenhum desses...
Adorei seu blog, flor!

Marília Costa disse...

Querida, tem uma coisinha pra vc la no meu blog!

http://www.fllorella.blogspot.com/

Beijos

alex disse...

que bom que é voltar e saber dessa elegantíssima decisão, prima! =) muito feliz por você e agora quero saber como está a decisão - continua de pé, elegante e totalmente sem constrangimentos?

um beijo de cá.

Daiany Maia disse...

Não sei não, mas eu acho que ele achou um charme sim!

=*

G. Fernanda disse...

rs... nem quero falar desse post mas sim do anterior, embora que se fosse eu a lhe ver fazendo bolas de chiclets tb iria rir... rsrsr

Sobre esse lance de palhaços... hahah sabe que sofro do mesmo mal e pelo mesmo motivo...

Virava as madrugadas a ver filmes de terror com minha mãe... o que rendeu muitos pequenos traumas... inclusive esse de palhaços... e se quer saber ainda hoje não tenho coragem de ficar muito tempo sentada na cama com os pés soltos no chão... ou mesmo com a mão pra fora...

rs detesto palhaços..

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