terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As mulheres do David Coimbra



Há alguns dias estou lendo o David Coimbra. Confesso que jamais havia lido livros dele. Talvez algumas olhadelas na coluna da ZH. Alguma vez passei pelo blog também. Mas livro? Nenhum!

Eu já admirava o David... mesmo porque ele fala muito bem de futebol (muito bem, pelos meus parâmetros futebolísticos). Me diverte o jeito com que ele trata de um assunto sério, como o futebol de verdade, com inteligência e bom-humor (até quando estamos nos afundando no campeonato).

Eis que o moço-que-se-relaciona-comigo-e-diz-me-amar me dá de presente, na volta das minhas mini-férias, o “Jogo de Damas” pois eu, segundo ele, sou ‘a menina que devorava livros’ e ele deve me alimentar com frequência.

E aí... eu me apaixonei pelo jeito que o David escreve! Muito inteligente a extensa pesquisa histórica que ele realizou pra construir uma obra falando de mulheres e do poder que elas exercem sobre o mundo através dos tempos.

Numa teia de fatos que se relacionam desde a pré-história até os tempos modernos, há evidências sérias (e muito curiosas) da influência feminina sobre governos, governantes e governados.

Passando por algumas deusas gregas, algumas belas romanas, uma certa rainha do Egito, uma tal viúva negra espanhola que arrasou na Itália, por exemplo, mostra exemplos rais de mulheres que desorientaram chefes de estado, chefes de família, imperadores, generais, poetas, músicos...

Pra quem ficou curioso, uma pequena amostrinha:

"Cláudio era um desses homens destinados à cornice irremediável. Pelo menos três
mulheres o traíram. Mas uma delas em especial. Uma foi a maior adúltera do
Universo. A mulher mais lasciva, mais sensual, mais ninfomaníaca. A maior vadia
da Civilização.
Valéria Messalina.
Você ouviu o som das trompas e dos
clarins troando? Sim, porque, cada vez que o nome de Messalina é citado, soam as
fanfarras. Que união explosiva, a do maior corno com a maior libertina de todos
os tempos. Ou talvez tenha sido Messalina quem transformou Cláudio em um
supercorno. É: de alguma forma, Cláudio foi uma criação de Messalina."

(in: Jogo de Damas, David Coimbra, L&M Pocket, 2007)

Viram? Pois eu recomendo a leitura. Como afirmei antes, virei uma fã fiel do David. Mais uma doida pra coleção de mulheres malucas que ele descreve.

E vou procurar mais livros dele pra ler.

PS: Pois é, voltei...

5 comentários:

Antônio disse...

Hosanas ao Senhor, nosso rei, ela voltou!
E com que garbo e elegância que o faz, mencionando justamente meu maior mentor, o mestre, o oráculo, aquele que me leva ao dicionário cinco vezes por texto, o inigualável David Coimbra.
Sou aficcionado pelo que esse cara escreve. A maneira como ele brinca com as palavras, como cria todo um universo ao redor de uma cena simples, o vocabulário rebuscado e ao mesmo tempo simplório, enfim, o cara é demais. Fico feliz em saber que tu o descobriu. Sem dúvida, tua vida literária dá um salto de qualidade com isso.

Beijão, guria, obrigada por aparecer no meu canto! É bom "rever" amigos...

Letícia Alves disse...

Ei, Mary!
Que bom que voltou! =) Já devidamente atualizada no meu blog.
Quanto ao David Coimbra fui apresentada nos idos de 2008 na comunidade que participa no Orkut, um amigo ai de Poa é que fez um grupo onde circulava livros pockets e os de David sempre tiveram presença marcada.
Gostei muito da forma que ele escreve, eu também, mais uma das mulheres da coleção dele.
Beijos Tempestuosos!

[P] disse...

Doida, você voltou!!! Saudade graaaaaaaande de conversar contigo também [vamos ver se nos esbarramos logo, né?]. Sobre o David, não conheço, mas vou procurar conhecer o trabalho dele.

Um beijo!

Anônimo disse...

Também não sei como você foi parar lá no mu blog. De qualquer maneira, é muito bem-vinda.

E espero passar por aqui mais vezes, sempre que meu tempo deixar :)

Renatinha disse...

retribuindo a visita e gostei tb deste seu cantinho... Vou voltar mais vezes...
beijos
Re

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