quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quanto riso, ó quanta alegria...


E quem diria, hein?
Aqueles festejos que antecediam a Quaresma, os dias de se despedir da carne (“afastamento" dos prazeres da carne marcado pela expressão "carne vale") e se preparar para o jejum, progressivamente virariam a maior festa popular da contemporaneidade.
E que aqueles bailes de máscaras do Renascimento, aquelas alegorias e fantasias acabariam se transformando em bailes regados a muita cerveja e desfiles de rua.
Pois pra mim, o paradoxo do Carnaval ainda são os trios elétricos.
Principalmente porque, se a origem vem da ‘dupla elétrica’ Dodô e Osmar, deveriam ter três pessoas lá em cima e não uma multidão...
Tá, não é só isso que considero paradoxal. O que me intriga mesmo é como uma pessoa pode, sendo empurrada por uma multidão, na velocidade e ritmo ditados pela maioria dos ‘carnavalescos’, dizer que está se divertindo.
E pior, pagando caro pela camiseta bregamente colorida (e mais bregamente ainda customizada) a qual popularizou o nome abadá, que é roupa de capoeirista!
Opa, acabo de ter uma luz!
Se abadá veste capoeiristas, se capoeiristas se divertem jogando capoeira e se as pessoas se divertem vestindo abadás naquele empurra- empurra em torno de um trio elétrico (que é uma multidão em curto circuito)..., carnaval é uma capoeira coletiva.
- Tá bom, Mary. Agora me explica a tal beijação que acontece nessa capoeira toda?
- Bom, seguindo meu raciocínio, tenho a resposta pra essa também. Já ouviu falar em Zé Kéti e Pereira Matos? E da marchinha Máscara Negra que a Dalva de Oliveira gravou em 1967? Não? Presta atenção num trechinho da letra: “Vou beijar-te agora/ Não me leve a mal/ Hoje é carnaval”. Eis a etiologia e a origem histórica do festival de beijos carnavalescos!
- Hummmm, sou mesmo um completo ignorante! Eu aqui achando que era culpa da Ivete! Porque com ela, “é na base do beijo...”

Brincadeiras à parte, pessoas: aproveitem os dias que seguem. Seja para descansar, para se esbaldar nos prazeres da carne, seja pra cair no beija-beija, ou pra o que bem entenderem... Só “não façam nada que eu não faria”, conforme sabiamente aconselha meu avô (que está fazendo 87 anos hoje).

Bom carnaval a todos...

8 comentários:

Antônio Dutra Jr. disse...

Delícia de texto! Fumou capim com cravo para escrevê-lo, é? Hehehe, maravilha!

Adoro a marchinha Máscara Negra, essa semana passei cantando o tempo todo...

Ah, e dá-lhe vovô! Toda a felicidade do mundo pra ele, que já tem uma neta que vale ouro!

Beijo, Mary!

Viiii disse...

Olá Mary, muito bom o texto e realmente é estranho o fascínio exercido pelo carnaval na maioria dos brasileiros.... Eu não gosto, é mais um tempinho que tenho para dormir e eventualmente estudar... Mas se existem pessoas que gostam mesmo é de enxer a cara e "curtir" ressaca depois, amém, hahahah
Beijos e bom carnaval!!

legalmente loira... disse...

oi mary,
saudades amiga desculpe estou viajando por conta do carnaval. o seu texto esta fantastisco
este superou total parabéns.
otimo carnaval.
bjos.

Candy disse...

kkkkkk
Nao aproveito o carnaval dessa forma, mas também não acho o fim quem o faz. hehe
acho até muito animado e divertido!
\o/

beeeijao, Mary!

Luciana Andrade disse...

Flor,
Espero que tenha aproveitado bastante o carnaval!
beijos meus

Clarice disse...

o bom mesmo é beijar sempre, no carnaval, na quaresma, na páscoa, na segunda, na terça, na quarta, no verão, no outono... (risos)
beijos querida!

[P] disse...

Estou com a Clarice e não abro!!!

Saudades, doida!

Beijos!

Ilaine disse...

Mary!

Eu nunca fui muito de carnaval, mas gosto de ver as escola de samba do Rio. Acho incrível o colorido e a criatividade, além dos temas muito bem ilustrados. É uma festa nossa, muito brasileira. Tenho visto nas tvs daqui algumas reportagens sobre. Fico feliz... e curtindo.
Beijo

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